segunda-feira, 17 de dezembro de 2012


Sonhos e o pé de pitanga...

Início de Julho
Feito folha de final de outono ela na Terra  caiu
Seu lugar favorito era o pé de pitanga
Era bom em todas as épocas
Até mesmo quando chovia ela  ficava olhando da  janela
E quando  o sol voltava os pequenos  cristais nas  folhas  brilhavam
Dormia uma  noite para no outro dia  ele estar todo florido
As  abelha  zunindo
Depois era só esperar
Logo  ficava  feito árvore de natal
Cheio de bolinhas  coloridas cheirosas e  gostosas de  comer
Era lá  sentada aos pés da pitangueira
que  ela  fez dos livros  seu escudo
Se escondeu  do mundo e viveu
A raiva  a  fez  chorar quando o Dumbo tropeçou
e os meninos dele riram
Ela não tinha  orelhas  grandes  mas  sempre tropeçava
nunca  conseguia enxergar direito onde  deveria  colocar os pés
e os meninos dela  também riam
Se  sentia  como a menina  da Ciranda de Pedra
Também  fazia  do banheiro seu refúgio
Das lágrimas tintas para  desenhar  na  cerâmica vermelha
Olhou os Lírios do Campo  enquanto se Perdia na Ilha
Tentou descobrir  quem enviava o Escaravelho do Diabo
No Cortiço ficou chocada não sabia  que  nos livros tinha  nomes  que não se deve falar
Era melhor não contar nada  sobre  eles  ou então não descobriria o final da história
Ficou triste  e feliz ao mesmo tempo quando no Veleiro de Cristal o menino partiu, depois  descobriu que  ele  foi  viver  junto  com Pedro e o príncipe no Palácio Japonês
Assim era melhor  nunca mais Pedro se  sentiria  sozinho
Ser sozinho doí
Um dia  resolveu andar  de canoa e ouvir  as histórias de Rosinha
Nossa  ela  conhecia o Frei Abóbora , Zefineta B, o Doidão e  até  a Arara Vermelha
Leu também uma  história real , história que as pessoas  daquelas casa não contavam para  ela, de um homem  que durante uma guerra sem que ninguém soubesse fez uma Lista e muita  gente salvou
E ela cresceu entre  as letras  ,os  sonhos, a vontade  de viver tudo aquilo que  nos livros  lia...
Leu romances... Julietas  e Romeus
Descobriu porque seu corpo aquecia quando o Fantasma de olhos  azuis
Lhe roubando beijos a chamava  de estranha menina
Mas o  Fantasma não era Romeu  e não a  escolheu
A vida real não é  livro é dolorida e  ela partiu
Era bom se pudesse ser simplismente Jane que  mesmo gordinha e com os  óculos fundos  de garrafa um amor encontrou
Se forçou a  deixar o pé de  pitanga
Antes  de partir com um longo abraço agradeceu e mudou
Em Amaralina travou uma luta mais  séria que a de Maria Quitéria
Sorriu  quando uma  linda Melodia ouviu
Contou muitas  histórias  para menininha e ela também de  livros gostou
Ela nunca  dos livros se afastou
Viu bruxos , vampiros , amor verdadeiro que até traumas cura
Leu o que  é  real
Encontrou dúvidas e  outras visões quando debateu  Kardec
Visualizou a sociedade  pensada por Marx
A Educação de Freire
E entre revolta e esperança  sua  cabeça se  agitou
Mas  então que descobriu a poesia
E foi aí que a realidade  se uniu com o sonho
E ela  por um dia  sorriu...





kristall

Pensamentos

Um dia como muitos outros
Fardos pesados
Pensamentos divergentes
Coruja piando e os  cachorros latindo
O Espelho
Alguém que se  procura nele tentando  entender o que  aconteceu...
Uma  letra
E o mundo para ou se  arrasta na  calçada
Olhar  e  enxergar o  que para muitos passam despercebido
Delírios  de loucos que  se  vestem de normais para  sobreviver...
kristall

Já vou!

Quero ficar, me esparramar no sono e te encontrar...
Mas a realidade está me chamando aos berros
Não tenho como lutar com ela
Ela me deixa desanimada
Mas
Lá vou eu...
Beijos para quem pode sonhar...
kristall

Luas

Luas

Só precisei de um ato
Minha alma perdida foi dividida
Dancei o ritual e fiz um pacto
Ter um momento de felicidade desmedida

Muitas luas passaram
Teus retratos ainda nítidos
O calor de  teus braços  ficaram
Cuidadosamente mantidos

Som do mar é  teu sorriso
Num soneto sem métrica e  rima
Pra menina  faz  sentido

Para  o cigano não houve  engano
Ator em grande palco
E uma doida de  longe  amando...
kristall

TEMPO E O ESPAÇO PARA DOR



A tempos
Amor que por medo não se entregou
e nem me libertou
De tempos em tempos me alimentou
Tempo em temporal
Em raios me partiu em dor
num parto sem fim
Uma flor que Deus não plantou mas arrancou


*Inspirado no poema :TEMPO E ESPAÇO DO AMOR
                                    do  Poeta Júlio Nessin
kristall

Claro,Profundo e largo

Amor!
Claro espelho de  tua alma
Refletindo tão profundo teu  amor
Que não se  vê na  imensidão de  teu ser
Onde é  você
Onde é  ela...



*que o Leão deixe que o amor  e  a  coragem que há  em seu coração   lhe  conduza  hoje"
kristall

Dezembro

Ninguém ensina o que fazer quando a saudade chega com força de tempestade numa tarde chuvosa de dezembro.
Hoje não tem sonhos, nem promessas de encontro.
Não há passeios para procurar árvore de natal...
Nem jogos secretos...
Hoje só tem realidade e ela é desencantada de um espírito de festa , de amizade ou planos de sol...
Árvores sem bolas ...
Casa sem  luzinhas  brilhando...
kristall

Tarde de chuva...

Numa tarde chuvosa de dezembro uma menininha quase dormindo ouviu vindo de um velho radinho de pilha , uma música . Não entendia ao certo o que o que  a  canção  dizia  mas sentiu uma profunda tristeza .
Encolhida na solidão do quarto , chorou...
Ah! Tanto tempo se passou e me lembrei daquela tarde
Do que sentiu aquela menininha inocente, tímida, sozinha , sensível...
AH! menininha ,solidão,  medos, amigos invisíveis , sonhos...
Nada mudou de fato .
kristall

E se...

Uma vez feita não podemos mudar uma escolha,
mas as vezes como presente a Vida nos ofereça outra oportunidade de    escolher. Não é sempre que a Vida deseja presentear, as vezes ela nos rouba o presente e nos deixa só com o passado e as escolhas feitas ...
kristall